A Luz Autora da Vida
"Eu sou o passado, o presente e a vida futura
Eu sou o azar e também a boa ventura
Eu decreto o destino mas mudo a sorte
Eu teço o fio da vida executo o seu corte
Eu sou quem a roda da fortuna gira
Eu dou a Luz que de Samsara o Desperto livra
Eu sou a Lei do Carma e a Terceira Visão
Eu sou o Tempo, o Darma e a Iluminação
Eu sou escritora da história de deuses e mortais
Eu sou a magia dos oráculos e previno as escolhas fatais"
Sol Rhui
Artigo
A magia oracular é universal porque praticamente todas as culturas desenvolveram os seus sistemas oraculares. A ideia primitiva de que os diferentes posicionamentos dos astros bem como o magnetismo que emanam destes corpos celestes influenciam nos assuntos terrenos atravessou continentes, pois vemos tanto as pirâmides maias nas Américas como as pirâmides egípcias na África construídas sob espantosa precisão astronômica.
Foi assim que a Astromancia, a Arte Oracular de prever os acontecimentos através da observação dos astros foi sendo sistematizada e se tornou em Astrologia, a Ciência Esotérica que se dedica tanto ao autoconhecimento pela análise da personalidade individual bem como às previsões pessoais e coletivas.
Percorrendo diversas culturas, encontramos referências a pessoas e seres que eram capazes de acessar o futuro e que tinham a função de trazer as revelações divinas para guiar, admoestar e orientar os povos aos quais eles pertenciam.
Na Grécia, por exemplo, encontramos as pitonisas (sibilas entre os romanos), que eram sacerdotisas do deus Apolo, a quem atribuíam a fonte de sua inspiração. Através da mastigação de folhas de louro e da inalação de certos gases da região onde se encontrava o templo elas entravam numa espécie de transe que propiciava a prática oracular.
Ainda na cultura grega temos o deus Hermes, o qual era responsável por transmitir as mensagens dos deuses para os mortais. Papel muito semelhante ao que os anjos (angelos:mensageiros) executavam entre o divino e os homens nas crenças abraâmicas.
Nestas mesmas crenças haviam os chamados "Nabim" (usualmente traduzidos como profetas) que eram responsáveis por receber a inspiração divina para escrever e parar orientar o povo, muitas vezes revelando acontecimentos futuros por meio das visões.
No Egito, por sua vez, encontramos o Thoth, deus da escrita e da sabedoria e a quem também é creditado os fundamentos da astrologia egípcia. É interessante notar como em nosso inconsciente coletivo a arte da escrita está diretamente relacionada às artes oraculares, como a noção de que o nosso destino já estivesse "escrito".
Por isso muitos sistemas oraculares que conhecemos na atualidade são na realidade alfabetos, cujos símbolos literais ganharam um significado arquetípico que é evocado durante a utilização de tais alfabetos sagrados. A exemplo disto temos o as Runas, o Ogham, o Oráculo Apolíneo (que utiliza o alfabeto grego) e os arcanos maiores do Tarot, que apesar de serem representados com imagens arquetípicas mais complexas, são baseados nas 22 duas letras do alfabeto hebraico.
Temos também o deus Oghma, um guerreiro celta a quem é atribuída a criação do Ogham e Odin, o deus nórdico da sabedoria que fez uma sacrifício se dependurando nove dias e nove noites na árvore de Yggdrasil para lhe ser revelado o segredo das Runas.
Na cultura yorubá por exemplo, temos Orunmilá, do qual é dito ser mensageiro da divindade para as pessoas, e o oráculo que é relacionado a ele se chama Ifá, que é a base para outros sistemas oraculares dentro desta cultura.
Entre os sumérios havia o deus Namtar, que além da sua ligação com a morte e mundo subterrâneo atribuídas por alguns, também era responsável pelo destino dos mortais.
Temos também a manifestação tríplice da Lei do Carma (ou Causação) em diferentes culturas:
Entre os romanos temos as Parcas: Nona, Décima e Morta; entre os gregos temos Cloto, Láquesis e Átropos e entre os nórdicos temos Urd, Verdhandi e Skuld. é dito que nem mesmo os deuses escapam do seu poder de executar o Carma (se considerarmos o conceito budista de deuses/devas como seres com poderes de um mundo espiritual acima mas ainda sujeitos à roda de renascimentos, e estas entidades como uma manifestação de um Princípio Cósmico, fica mais fácil de entender o porque de elas estarem acima dos deuses).
As três entidades de cada cultura representam respectivamente a consecução do tempo: a Sabedoria adquirida pela memória do passado, o Entendimento pleno do presente (a iluminação: enxergar a realidade despida da ilusão de Maya) e o Conhecimento acerca das coisas futuras (premonição, a revelação do seu carma/darma).
Como manifestação tríplice do Carma cada uma delas também representam 1º o desejo de agir, 2º a ação e 3º o fruto ou o resultado da ação, ou seja a reflexão a ação e a reação. Vejamos um exemplo seguindo estes três estágios: 1º eu desejo beber água; 2° eu bebo a água, 3º eu sacio a minha sede.
TABELA DE CORRELAÇÕES
ROMANA
|
GREGA
|
NÓRDICA
|
ATRIBUTO
|
TEMPO
|
ASPECTO
|
NONA
|
CLOTO
|
URD
|
SABEDORIA
|
PASSADO
|
REFLEXÃO
|
DÉCIMA
|
LÁQUESIS
|
VERDHANDI
|
ENTENDIMENTO
|
PRESENTE
|
AÇÃO
|
MORTA
|
ÁTROPOS
|
SKULD
|
CONHECIMENTO
|
FUTURO
|
REAÇÃO
|
Percebemos assim a universalidade do oraculismo em muitas culturas tanto como um ofício como um caminho de evolução pessoal à medida que o oraculista é capaz de canalizar mais e mais luz divin noa tanto para a sua iluminação pessoal como para ajudar no despertar das outras pessoas, no qual o vidente a princípio é alguém que encarnado serve como mensageiro intermediário entre o mundo espiritual, e que visa atingir a perfeita clarividência (visão clara, iluminação) que pode anular o carma e liberar da roda de Samsara.
Sol Rhui